A jornada do atleta pode ser muito mais árdua do que aparenta.
Seja pelas rotinas de treino, restrições cotidianas e disciplina, o descanso e a compensação de energia necessários para o pleno desempenho nos treinos e competições são essenciais.
Nesse contexto de treinamentos e repetições, na grande maioria dos esportes, é comum que os atletas desenvolvam traumas e/ou lesões, seja pela intensa repetição motora no aperfeiçoamento de movimentos, seja por acidentes, quedas ou golpes, lidar com a dor faz parte da rotina de todo atleta profissional.
Em esportes intensos e de impacto, como o futebol americano, para suportar a sequência de treinamentos, lesões e jogos, os atletas dependem de analgésicos. E é nesse momento que esse “vilão” trajado de herói entra em ação: a prescrição e o uso de opióides.
O QUE SÃO OPIÓIDES
Substâncias produzidas a partir da papoula. Porém, o termo também se refere às variações semi sintéticas e sintéticas.
Todos eles derivam do ópio, um tipo de mistura de alcalóides, compostos elementares extraídos de certas plantas.
Entre as drogas mais antigas do mundo, o uso terapêutico da papoula do ópio é mais antiga que a história documentada.
Seus efeitos analgésicos estão relacionados à diminuição da percepção da dor, por isso através dessa maior tolerância às dores, os pacientes podem desenvolver dependência ainda durante o tratamento, e ainda, a síndrome de abstinência, caso o uso dessas substâncias seja interrompido repentinamente.
EFEITOS COLATERAIS
Embora sejam usados como analgésicos, são também consumidos de forma ilegal por seus efeitos psicoativos. A euforia produzida por essas substâncias é, todavia, um dos principais motivos para o uso não médico dessas substâncias, com eventual abuso e dependência.
Entretanto, as consequências do uso desses medicamentos podem ser graves, e até letais. Altamente viciantes, o uso prolongado cria resistência ao organismo, o que leva ao uso de doses cada vez mais altas.
Não à toa, o uso indiscriminado já é considerado epidemia nos EUA, ao registrar pelo menos 87.203 mortes por overdose de outubro de 2019 a setembro de 2020. O número é recorde absoluto de mortes por opióides em 12 meses, desde o início da série histórica, nos anos 1990, no início da “epidemia dos opióides” nos EUA.
A própria NFL já presenciou episódios delicados, após revelações de atletas viciados nesse tipo de remédio. Entre eles, Brett Favre, ex-quarterback do time Packers, que quase se suicidou devido ao vício em analgésicos.
CBD PARA ATLETAS
Nessa tendência de cura e tratamentos alternativos aos atletas de alto rendimento, o Canabidiol tem se apresentado como grande aliado.
Diversos estudos e relatos clínicos têm atestado os benefícios do uso da Cannabis medicinal no combate à dor, inclusive em casos de dor crônica.
Um estudo realizado em animais com dor aguda demonstrou que a Cannabis medicinal, com alta concentração de THC, com propriedades anti inflamatórias, é até dez vezes mais eficaz que a morfina no tratamento. Outras pesquisas também demonstraram que substituir opióides por Cannabis traz benefícios aos pacientes, desde bem estar, controle da ansiedade, até melhora no funcionamento imunológico.
A própria Liga de Futebol Americano – NFL, anunciou a pouco tempo, investimentos milionários em pesquisas relacionadas ao uso da cannabis por atletas.
Outro defensor assíduo do uso de CBD em atletas, é o dez vezes campeão mundial do X-Games, na categoria Skateboard, Bob Burnquist. O atleta, junto do chefe de cozinha Alex Atala, anunciou recentemente o lançamento de sua própria marca de fitoterapia e cuidados para o corpo, denominada Farmaleaf.
Muitos outros esportes contam com ativistas canábicos, que buscam no óleo, a alternativa mais adequada no tratamento de suas lesões.
Porém, enquanto não se legaliza e populariza o uso do CBD aqui no Brasil, nosso dever é continuar o diálogo sobre essas questões, que mesmo simples, são capazes de curar e salvar vidas!