Não são só os humanos que buscam estados alterados de consciência, diversos animais também usam substâncias que podem causar ”barato”. 

Gatos e a catnip

Um dos exemplos mais comuns são os gatos e a ”catnip”, ou erva-de-gato. Essa planta causa efeitos especiais nos felinos: geralmente, os mais agitados, ficam mais calmos e os mais calmos, ficam mais ativos.

Alguns efeitos observados em gatos são: emitir sons que lembrar o período de cio, escalar e saltar objetos ou de maneira contrária, a catnip pode causar sono. A erva também pode causar alucinações, fazendo os gatos correr e caçar objetos imaginários.

O composto químico da catnip que causa os efeitos nos gatos é chamado nepetalactona. Não existem contraindicações para o uso destas substâncias em gatos, e muitas vezes a catnip é até recomendada para incentivar o bichano a fazer exercício. 

De maneira geral, os gatos adoram a catnip, mas só 75% dos gatos costumam ter alguma reação ao uso dessa planta. Para consumir, os gatos costumam se esfregar contra a erva, lamber ou mastigar. 

Outros felinos como tigres e leopardos também gostam da catnip, mas também costumam buscar outras substâncias na natureza. As onças, por exemplo, gostam de comer ayahuasca, que contém o princípio ativo DMT, e causa alterações na percepção destes felinos, assim como nos humanos, mas talvez em um grau diferenciado. 

Golfinhos e neurotoxinas do baiacú

Golfinhos, que apresentam uma inteligência quase similar à dos humanos, já foram observados carregando o peixe baiacú em seus bicos, apertando e passando para outros golfinhos. 

Cientistas acreditam que nesse ”ritual” os golfinhos estejam absorvendo neurotoxinas (liberadas pelos baiacús), que fazem eles entrarem em um estado de transe. 

Porém, altas doses dessa neurotoxina podem ser letais para os golfinhos, por isso eles usam rapidamente e já passam para o próximo ”da roda”. 

Um documentário da BBC mostra o comportamento:

Vacas e locoweed

Vacas, ovelhas e cavalos gostam de consumir plantas que produzem swainsonine, uma fitotoxina. Essas plantas foram apelidadas de ”locoweed” e funcionam como tranquilizantes para esses animais. 

Uma vez que um animal começa a ingerir locoweed, é muito difícil ele parar e isso causa toxicidade às vacas, ovelhas e cavalos, podendo levar à perda de peso e danos neurológicos.

Criadores de gado buscam afastar os animais dessas plantas. 

Cangurus e ópio

A Austrália é um dos maiores produtores e exportadores de ópio do mundo para desenvolvimento de medicamentos. 

Aparentemente, os cangurus encontraram as plantações e o governo já tomou providências para afastá-los do ópio, uma vez que, assim como para os humanos, o ópio causa dependência e até overdose nos cangurus.

Após consumir ópio, esses animais ficam girando em círculos e caem. 

Cervos e cogumelos

Diversos tipos de cervos buscam cogumelos psicodélicos para ficarem ”chapados”. 

Foi relatado que a rena tem preferência pelo Amanita muscaria, um dos cogumelos mais fortes que existem. Após consumi-los, os cervos aparentam estar ”bêbados”, podem começar a correr sem parar e emitir vários sons. 

Depois de consumir, as toxinas dos cogumelos são filtradas pelo organismo dos cervos e, ao eliminar, os agentes psicoativos permanecem na urina e costumam ficar mais potentes. Então, algumas renas costumam disputar entre si para ter acesso à urina daquelas que consumiram Amanita.

Esses são apenas alguns exemplos de animais que consomem substâncias para ter um estado alterado de consciência. Faz parte da natureza!

Fontes: Animal Cognition

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