O Canabidiol tem sido destaque na área medicinal devido aos seus benefícios terapêuticos para uma série de patologias e tratamentos diversos.
Desde doenças neurodegenerativas e cardiovasculares, até diabetes, dor crônica, ansiedade e vício, para citar apenas alguns exemplos, o CBD tem sido amplamente utilizado.
Mas existem alguns mitos sobre esse canabinóide que precisam ser elucidados e verdades que talvez você ainda não saiba.
1. O CBD não possui efeitos colaterais
Mito. O CBD pode sim apresentar efeitos colaterais, mas não adversos, ou seja, não vão fazer mal. Para fins de melhor compreensão, ”efeito colateral” representa um efeito diferente daquele considerado como principal. Dessa forma, o CBD pode causar efeitos diferentes em diferentes pessoas, que não são sua atuação principal.
Exatamente pelos canabinóides interagirem de forma distinta em cada organismo, o CBD pode causar os chamados efeitos colaterais, mas estudos apontam que esse canabinóide é bem tolerado pelo corpo humano, por isso, dificilmente ele vai causar um efeito adverso, indesejado.
Assim, pode ser que um grupo de pessoas estejam sendo medicadas com CBD para ajudar uma mesma patologia, umas podem sentir sonolência com o uso do canabidiol, outras vão se sentir mais ativas. Algumas podem ter problemas de estômago, outras podem sentir a boca seca.
Por isso, é importante sempre fazer o uso de CBD com acompanhamento médico para ver a dosagem e a melhor forma de ingestão do canabidiol para o objetivo que você busca, assim, fica mais fácil entender possíveis efeitos colaterais.
2. O óleo com CBD não tem interação medicamentosa
Mito. O CBD pode interagir com determinadas medicações e até mesmo com certos suplementos naturais.
Quando consumido, o óleo CBD é processado no fígado e depois as moléculas menores são transportadas pelo corpo através da corrente sanguínea. Muitos medicamentos e suplementos são processados da mesma forma e é aqui que pode surgir um conflito. Dentro do fígado, o CBD atrai a atenção das enzimas, abrandando a decomposição de outros compostos (tais como os medicamentos) e impactando sua eficácia.
Por isso, se você utiliza outros medicamentos prescritos ou pretende utilizar junto ao óleo de CBD, é bom consultar um médico para ter certeza sobre a possível interação.

3. O CBD tem mais efeito quando utilizado em conjunto com outros canabinóides
Verdade. Devido ao efeito comitiva, os canabinóides agem sinergicamente, proporcionando efeitos terapêuticos únicos. Segundo pesquisas, os canabinóides atuam melhor em conjunto com os outros fitocanabinóides e terpenos.
Porém, dependendo do objetivo que você está buscando, pode ser que para seu caso o CBD isolado seja mais indicado, ainda que a atuação dos canabinóides possa ser melhor de maneira sinérgica. Tudo depende do que seu organismo precisa.
4. O CBD atua como um calmante
Mito. O CBD pode diminuir a ansiedade, melhorar a fadiga, a dor e até ajudar com insônia, mas ele não causa efeitos sedativos como os calmantes.
Além disso, dependendo do seu organismo, ele pode ter efeitos diferente do que comumente é relatado, podendo te deixar até mais ativo.
5. O canabidiol não possui nenhum efeito psicoativo
Mito. O CBD não deixa chapado como o THC, mas ele atua em compostos químicos do cérebro, como a serotonina. Portanto, a comunidade científica defende que se o CBD tem efeitos sobre o cérebro, existe sim um tipo de efeito psicoativo.
De fato, o canabidiol altera o humor, podendo melhorar a ansiedade e causar bem-estar, o que está associado a um efeito psicoativo, só que em um grau diferente do causado pelo THC.

6. O CBD é o oposto do THC
Mito. Apesar desses canabinóides se ligarem a receptores diferentes do nosso cérebro e agirem de maneiras distintas no nosso organismo, eles não são 100% opostos. De fato, ambos possuem propriedades diferentes e agem de maneiras distintas, porém eles apresentam algumas similaridades.
Ambos são fitocanabinóides que podem ser encontrados em abundância na planta cannabis e agem no sistema endocanabinóide. Além disso, o CBD também aumenta a produção de anandamida, um endocanabinóide que também ativa CB1 no cérebro, mas em um grau muito menor do que o THC. Este mecanismo alternativo é o que parece proporcionar a sensação de bem-estar do CBD, sem deixar chapado.
A verdade é que o CBD e THC podem agir de maneira complementar, graças ao efeito comitiva.
7. Os efeitos do CBD são imediatos
Usar o CBD de forma terapêutica pode levar um tempinho para mostrar resultados efetivos e varia entre pacientes.
Há quem diga que consumiu CBD e não sentiu nada. O caso aqui é que, muitas vezes, as pessoas usam sem um objetivo e, de fato, não vão sentir nenhuma diferença.
Se você for usar o CBD para alguma finalidade, a tendência é que você note diferença. Apenas depende para o quê você está utilizando, como e quanto.

8. O CBD derivado do cânhamo é o mesmo da maconha
Verdade. A questão é: a planta do cânhamo e da maconha é a mesma, a Cannabis Sativa L., a diferença entre cânhamo e maconha é que são cultivados de maneira diferente e para finalidades distintas. Ou seja, o cânhamo é cultivado com foco nas sementes, caule e fibra, e possui menos de 0.3% de THC, mas possui CBD. Já a maconha é cultivada com foco na flor e possui canabinóides em diferentes concentrações, inclusive o CBD, é claro.
9. O CBD pode contrabalancear os efeitos do THC
Verdade. Como mencionado, o CBD e THC podem agir de maneiras complementares, devido ao efeito comitiva. O CBD é um modulador alostérico negativo do CB1, o receptor canabinóide ao qual o THC se liga diretamente. Isso reduz a afinidade de ligação do THC a esse receptor, diminuindo assim alguns dos efeitos do THC.
10. O canabidiol pode causar reação alérgica
Não existem relatos de que o canabinóide, em si, cause alergia. O problema é o meio carreador do CBD, dependendo do meio em que o canabidiol está infundido, isso sim pode causar uma reação alérgica, bem como os componentes adicionais do óleo, medicamento ou até mesmo comida e bebida em que ele está infundido.
Ao escolher o produto com CBD que você vai utilizar, é importante levar em consideração: que o produto seja derivado de fontes naturais; seja sem glúten e/ou veganos; sem metais pesados ou aditivos; e testado por laboratórios.