Assim como nas Olimpíadas, nas Paralimpíadas de Tóquio o CBD também está fora da lista de substâncias proibidas, podendo ser usado pelos atletas para ajudar tanto no físico, quanto no emocional.
Um estudo publicado pela Sports Medicine confirma que “o uso do CBD antes do treino diminui o estresse em aproximadamente 80% e aumenta a concentração na atividade física. Após a atividade, o uso do CBD ajuda a diminuir a dor e acelerar a recuperação muscular graças às suas propriedades analgésicas, anti-inflamatórias, regenerativa e relaxante muscular, eliminando também as câimbras. Outro ponto importante é que o CBD melhora o sono e, atualmente, está bem estabelecida a importância do sono na regeneração muscular.”
Hoje, além do óleo de CBD, é possível encontrar produtos com canabidiol em cápsulas, sprays e cremes, que facilitam na aplicação em lesões, por exemplo.
Ainda que no Brasil o acesso ao canabidiol não seja tão fácil e que exista um certo estigma em torno dos usos da cannabis, muitos atletas brasileiros já saíram em defesa dos benefícios do CBD, afirmando fazer uso para ajudar na rotina de treinos e competições, e até mesmo como um aliado nas Paralimpíadas.
E os atletas brasileiros têm sido destaque nos Jogos, tendo superado a marca de 100 medalhas de ouro nas Paralimpíadas de Tóquio.
Alguns desses atletas falam sobre os benefícios do CBD e afirmam que a cannabis medicinal tem um papel importante em suas rotinas.
Roberto Alcade
Alcade é atleta paralímpico de natação e comenta que começou a usar o CBD junto a um outro tratamento médico e logo de início percebeu resultados positivos.
”Demoro para sentir efeito de remédios e estranhei logo de cara a verdadeira ‘dormência’ da minha ansiedade, pois logo comecei a treinar melhor, com mais pensamentos positivos e estou muito mais concentrado. Tenho entregado o melhor que posso, sem pressões e sempre que tive estes sentimentos obtive meus melhores resultados no esporte. Não tem a ver com ganho esportivo, questão muscular ou aumento de potência, mas sim com melhores condições gerais na vida, que me dão a tranquilidade de seguir a rotina de treinamentos equilibrando as coisas, dentro e fora das piscinas. Antes eu estava totalmente desregulado”, afirma o atleta para Green Science Times.
“Penso que o CBD passa por um processo de aceitação, assim como o próprio esporte paralímpico sofreu. Com o tempo, os resultados dos atletas, as experiências reais e concretas, as pessoas foram conhecendo nossa história, a verdade e diferenciando as coisas. Ao verem os benefícios do óleo, vão entendendo também que suas opiniões eram baseadas em algo que não conheciam. É uma porta enorme que está se abrindo para gente, está me ajudando demais”, comenta em entrevista.
Susana Schnarndorf
A nadadora Susana competiu em sua terceira Paralimpíada. A atleta enfrenta uma doença que afeta o sistema nervoso, Atrofia de Múltiplos Sistemas (AMS), e começou a usar CBD em 2014, tendo sido convidada a participar de pesquisas com o canabidiol.
Com o tratamento, ela sentiu melhoras não só em relação à doença, mas à qualidade de vida como um todo.
”O CBD quebrou esse ciclo de coisas negativas no meu organismo. Durmo melhor, como melhor, me recupero melhor e não tenho mais ataques de ansiedade ou insônia.”, comenta para o BuzzFeed.
Talisson Glock
O nadador paralímpico Talisson Glock, que conquistou medalha de bronze em Tóquio com a equipe no revezamento 4x50m livre de até 20 pontos, também confirma os benefícios do canabidiol.
“Tem me ajudado demais na recuperação entre os treinos, no descanso e na qualidade do sono. É um composto completo e acredito que cada dia mais vai estar presente na vida dos atletas”, disse em entrevista para o BuzzFeed.