A busca por proteínas alternativas, à base de plantas, é crescente. Nesse cenário, o cânhamo, com alto valor nutricional, se destaca.

Empresários da indústria plant-based afirmam que as preocupações com as questões ambientais ajudaram a aumentar a conscientização e a demanda por proteínas alternativas.
Isso pode ser notado pelo maior número de pessoas que optam pelo vegetarianismo e veganismo.
E o mercado parece estar pronto para atender essa demanda. Segundo o Good Food Institute, essa indústria levantou US$ 3,1 bilhões em investimentos em 2020 – três vezes mais do que em qualquer ano na história do mercado de proteínas plant-based.
Esse panorama fez crescer o interesse pela proteína de cânhamo, que além de possuir um alto valor nutricional, é um ingrediente de longa vida útil, e favorece o desenvolvimento de produtos sem a necessidade de adição de conservantes ou outros produtos químicos.
Até 2024, o mercado global de alimentos à base de cânhamo deve atingir um valor de R$ 2 bilhões, conforme apontado pela Vegazeta.
Proteína de cânhamo
A proteína do cânhamo vem da semente de cânhamo.
As sementes inteiras de cânhamo contêm cerca de 20% a 25% de proteína, junto com gorduras, fibras, carboidratos, e alguns minerais.
O teor de proteína do cânhamo se compara bem ao que é encontrado em leguminosas como ervilhas, feijões ou lentilhas, ao mesmo tempo que contém maiores quantidades de gorduras e nutrientes essenciais, como ácidos graxos (ômega-3).
Alimentos com proteína de cânhamo
Alguns alimentos do nicho plant-based já estão sendo comercializados com a proteína de cânhamo: leite, chocolate e até carne vegetal feitos com cânhamo estão no mercado para atender a demanda por alimentos à base de plantas.
O leite de cânhamo tem se destacado em meio aos leites vegetais por ser rico em vitamina A, cálcio, vitamina D, vitamina B12, ferro, fósforo, zinco e ácidos graxos ômega-3, 6 e 7.

Nesse sentido, chocolates veganos feitos com cânhamo já são realidade nos países onde o mesmo é legalizado, sendo uma opção nutritiva e sem nada de origem animal.
Em relação a carnes plant-based, o cânhamo é uma ótima alternativa, já que suas sementes oferecem uma proteína vegetal de alta qualidade.
Outros benefícios de carnes à base de proteína de cânhamo incluem baixíssimo teor de gordura, rica em aminoácidos essenciais e com potencial de contribuir na regulação do sistema nervoso, ampliar a função cerebral e ajudar a acelerar a reparação de células musculares.
A Greenfern Industries, Sustainable Foods e Riddet Institute firmaram uma parceria na Nova Zelândia para a produção de carne vegetal a partir de cânhamo, que está com sua produção em expansão no país.
A Hempoint, da República Tcheca, e a Roots Sustainable Agricultural Technologies, de Israel, também pretendem produzir carne de cânhamo, e já pensam em produção em grande escala para o mercado europeu.

Nos Estados Unidos, uma alternativa que também está conquistando consumidores que buscam novas fontes de proteínas de origem vegetal é o “hempfu” um tofu à base de sementes de cânhamo e que pode ser utilizado nos mais diferentes preparos.

Fazendeiros de alguns estados norte-americanos, inclusive, têm trocado a criação de animais para abate pelo cultivo de cânhamo. A organização Mercy for Animals tem contribuído para a transição dos pecuaristas, através de um projeto chamado ”Transfarmation”.
Esperamos, o quanto antes, que o cultivo de cânhamo e todas suas possibilidades possam ser aproveitados no Brasil.
Fonte: Vegazeta e Hemp Benchmarks