As ações de maconha tiveram forte queda, mas especialistas acreditam que avanços na legalização devem beneficiar esses fundos.

Os primeiros fundos de investimentos no setor de cannabis chegaram ao Brasil no fim de 2019.
No início de 2021, quando o valor desses fundos disparou, a tese de ganhos exponenciais com a “indústria da maconha” parecia começar a se cumprir.
No final do mesmo ano, entretanto, a euforia passou — esses fundos passaram a registrar fortes perdas. Um ano depois de terem atingido seu ápice, os fundos ligados à cannabis encontram-se distantes de suas máximas históricas.
Porém, especialistas ainda os vêem com otimismo e defendem que ganhos exponenciais poderão ser obtidos em um futuro próximo.
Fundos canábicos no Brasil
Atualmente, apenas duas corretoras oferecem acesso a fundos de cannabis no Brasil:
- a XP, que administra o Trend Cannabis e
- a Vitreo, com os fundos Canabidiol, Canabidiol Light e Cannabis Ativo — o BTG Pactual, dono da Vitreo, oferece acesso a este último através de sua plataforma de investimentos.
Em resumo, as corretoras captam os recursos dos investidores e os alocam em fundos estrangeiros que reúnem empresas de capital aberto que atuam no setor de cannabis, principalmente nos Estados Unidos e no Canadá. Portanto, além das questões regulatórias e legislativas, isso acarreta também algum risco cambial.
De maneira geral, esses fundos tiveram uma queda de, aproximadamente, 50% em relação ao lançamento. A cannabis é um setor volátil, portanto, é preciso ter isso em mente ao investir.
Outro fator importante é que investir em maconha implica retornos a longo prazo, porque a legalização e regulamentação estão caminhando lentamente. Mas, agora, não há espaço para retrocessos nesses movimentos.
Otimismo
Os potenciais da erva são descobertos a cada dia e vão diminuindo os preconceitos e a visão distorcida, antes imperantes, sobre a planta.
Considerando todas as possibilidades de aplicação da maconha, que se estendem dia a dia, a perspectiva em relação aos fundos de cannabis se torna bastante otimista.
“A gente fala do potencial de um mercado, hoje ilegal, de ser legalizado. Grandes empresas já investem indiretamente. Alimentos e bebidas, vestuário, farmacêuticas, cosméticos”, pontua George Wachsmann, CIO e sócio fundador da Vitreo.
Por serem fundos voláteis e por ser uma área que está começando a florescer, é normal que haja uma queda.
A recente retração nos preços dos ativos que compõem os fundos de cannabis justifica-se por uma inesperada paralisia do Congresso dos EUA em levar adiante projetos de lei importantes para o avanço dessa indústria. O principal deles é o Safe Banking Act, que permitirá o acesso dessas empresas ao sistema financeiro nos EUA.
Com o avanço das pautas, a tendência é que os preços dos ativos subam novamente.
Em suma, a expectativa é que o mercado canábico siga crescendo. Poderão haver acontecimentos que desacelerem esse crescimento, mas esse mercado não dá sinais de que irá frear.
Tudo isso acaba refletindo nos fundos de maconha. Tendo isso em mente, investir nesses fundos pode, sim, valer a pena. Mas será um retorno a longo prazo e sujeito a variações talvez mais altas do que os fundos tradicionais, neste momento.
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Fonte: Seu Dinheiro