Com a legalização e maior aceitação da cannabis, mais pessoas estão usando a erva para diversas finalidades.
Nesse contexto, o uso terapêutico tem ganhado força e especialistas apontam para necessidade de melhores padrões de classificação da maconha.

De acordo com um novo estudo, que examinou quase 90 mil amostras de maconha em seis estados norte-americanos, a classificação da maconha em Indica, Sativa e Híbrida não é nada útil e pode ser enganosa.
A pesquisa descobriu que “os rótulos comerciais não se alinham consistentemente com a diversidade química observada” dos produtos de cannabis. Os autores, inclusive, pediram ao Food and Drug Administration (órgão dos Estados Unidos semelhante à Anvisa) um sistema de rotulagem para a maconha como o “painel de fatos nutricionais” usado para alimentos.
“Nossas descobertas sugerem que o sistema de rotulagem predominante não é uma maneira eficaz ou segura de fornecer informações sobre esses produtos”, disse o coautor do estudo Brian Keegan, professor da Universidade do Colorado. “Este é um verdadeiro desafio para uma indústria que está tentando se profissionalizar”.
O mais intrigante é que já se passaram dez anos da legalização da maconha para uso adulto no Colorado e Washington (primeiros estados a legalizar tal uso), mas até agora nenhum sistema de rotulagem padronizado foi desenvolvido.
A importância dos terpenos
Uma associação comum com as variedades Sativa é uma sensação energética, enquanto a Indica está frequentemente ligada a causar um estado mais relaxado. Mas as sensações proporcionadas pela maconha são mais complexas que isso.
Atualmente, nos EUA, os produtores de cannabis são obrigados a incluir apenas informações de THC e CBD no rótulo, não é necessário incluir dados de outros compostos, como canabinóides menores e terpenos.
Porém, devido ao efeito entourage, sabe-se que todos os compostos em conjunto influenciam nas sensações proporcionadas por determinadas variedades de maconha. Portanto, os pesquisadores defendem a necessidade de padronizar as informações que precisam aparecer nos rótulos de produtos canábicos.
Outro problema apontado pelo estudo é a falta de padronização para nomear as strains.
“Um fazendeiro não pode simplesmente pegar uma maçã e decidir chamá-la de Red Delicious. Um fabricante de cerveja não pode rotular arbitrariamente seu produto como Double IPA. Existem padrões. Mas esse não é o caso da indústria de cannabis”, afirma outro coautor do estudo.
A pesquisa também revelou que os produtos podem se enquadrar em uma das três categorias: aqueles que são ricos em terpenos cariofileno e limoneno, aqueles com altos níveis de mirceno e pineno e aqueles com mais terpinoleno e mirceno. Mas essas categorias não podem se enquadrar dentro da rotulação ”Indica”, ”Sativa” e ”Híbrida”.
“Em outras palavras”, escreveram os autores, “é provável que uma amostra com o rótulo Indica tenha uma composição de terpeno indistinguível, assim como amostras rotuladas como Sativa ou Híbrida”.
Pelo fato de cada variedade e cada produto ter propriedades específicas, o que vai influenciar diretamente nos efeitos proporcionados, é necessário que essas informações estejam disponíveis para @s [email protected]
Para tanto, se faz indispensável a padronização de rotulagem de maconha e produtos canábicos onde a erva já é legalizada.
Aqui no Brasil, parecemos estar longe disso. Com acesso apenas a fontes ilegais de cannabis, é difícil saber o que estamos consumindo.
Mas, é possível obter informações sobre diferentes variedades de maconha, seus efeitos, perfil de terpenos, concentração de canabinóides e propriedades terapêuticas, através do Guia de Strains do Who is Happy!
Fonte: Benzinga