Sem o canabigerol (CBG) não haveria nem CBD, nem THC.

O canabigerol é considerado um canabinóide ”menor” ou ”raro” porque é encontrado em menores concentrações na maconha, quando comparado com o THC ou o CBD.
Mas o CBG é responsável por originar o CBDA, o THCA, e o CBCA, formas ácidas do canabidiol, tetrahidrocanabinol e canabicromeno, respectivamente.
À medida que as plantas jovens de cannabis amadurecem e começam a brotar, várias enzimas e compostos se combinam para criar o precursor do CBG – também chamado de canabinóide de “fase inicial” – chamado CBGA.
O CBGA é onde todos os canabinóides começam. À medida que a planta se aproxima do final de seu ciclo de crescimento e absorve cada vez mais luz UV, o CBGA se decompõe e se converte em THCA e CBDA, os precursores ácidos dos dois principais canabinóides da planta, o THC e o CBD.
Benefícios
Apesar de aparecer em baixa concentração em buds da cannabis, quando isolado, o CBG demonstra uma série de benefícios.
O CBG, como o CBD, não é intoxicante/psicoativo, apesar de sua conexão com o THC. Pesquisas indicam que ele pode se ligar aos receptores CB1 e CB2 no sistema endocanabinóide do nosso organismo, o que significa que ele não apenas interage diretamente com os sistemas internos do corpo, mas também pode balancear os efeitos de outros canabinóides, como o THC.
Uma pesquisa de 2021 feita com pacientes indicou que a maioria considerou os produtos dominantes em CBG eficazes no tratamento de dor crônica, ansiedade e insônia, entre outras condições.
Embora ainda faltem mais pesquisas sobre os efeitos e potenciais do CBG, as primeiras descobertas indicam que ele traz vários benefícios à saúde:
- Reduz a pressão intraocular e atua como neuroprotetor vasodilatador; isso o torna uma opção promissora para tratar e controlar os sintomas do glaucoma.
- Apresentou propriedades anti-inflamatórias quando testado em camundongos com colite induzida, o que coloca o CBG como um possível tratamento para várias doenças inflamatórias intestinais.
- Combateu a doença de Huntington em camundongos, que causa degeneração das células nervosas no cérebro, protegendo os neurônios e impedindo a progressão da condição.
- Se mostrou como agonista dos receptores alfa-2, que são encontrados principalmente no sistema nervoso e regulam a pressão arterial e a frequência cardíaca, bem como a atividade do sistema nervoso simpático. Ao inibi-los, o CBG pode ser capaz de tratar os sintomas do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade.
- Apresentou potencial para o tratamento do câncer e até mesmo como inibidor de células de câncer de mama, gástrico e colorretal e até mesmo tumores cerebrais de glioblastoma.
- É antibacteriano, mesmo contra cepas bacterianas resistentes a outras drogas.
- Pode estimular o apetite, embora os estudos tenham sido feitos apenas em ratos. Isso pode ajudar a induzir o apetite em pacientes com doenças crônicas ou naqueles que perderam o apetite devido a tratamentos contra o câncer.
Mais pesquisas são necessárias para comprovar todos esses potenciais, mas tudo indica que, assim como os demais componentes da maconha, o CBG tem muitas propriedades terapêuticas que podem contribuir para a saúde humana.
Fonte: Leafly