A imagem da cannabis nas telas foi mudando conforme foram acontecendo as transformações no mundo em relação à planta.

À medida que a sociedade se torna mais progressiva, o mesmo acontece com a representação da cannabis na cultura pop.
Por muitos anos, a maconha foi retratada como uma substância estigmatizada. Hoje, aos poucos, vemos a cannabis deixar de ser um tabu.
A crescente legalização tem colocado luz sobre os benefícios da planta, e as pessoas estão mudando sua visão sobre a ganja, pouco a pouco.
Nos últimos anos, os cineastas começaram a explorar essa nova imagem da maconha, e isso os levou a apresentar uma visão mais sutil sobre a cannabis. Mas nem sempre foi assim.
A demonização da erva
Um dos primeiros filmes relacionados à cannabis foi o “Reefer Madness”.
Este filme foi patrocinado por conservadores, nos Estados Unidos, na década de 1930. Foi criado com o objetivo de disseminar uma imagem extremamente negativa da maconha e alimentar o proibicionismo, que começava a tomar forma na época.
O enredo mostra alguns jovens consumindo cannabis e, em seguida, entrando em uma “maratona fatal de devassidão” (conforme descrito no filme), que inclui assassinato, estupro, alucinações, um colapso que leva à “loucura” e até suicídio.
Os críticos consideraram este filme um dos piores já feitos e, como mencionado, Reefer Madness foi responsável por criar muita desinformação sobre a planta.
Por muito tempo após o lançamento deste filme, não houveram grandes produções cinematográficas que retratassem o uso de cannabis. Isso se deve a um Código de Produção de Filmes, que foi fundado para impor um conjunto de padrões e regulamentos destinados a manter o conteúdo moralmente questionável fora de cinemas, que incluíam homossexualidade, conteúdo sexualmente explícito e uso de drogas, para citar alguns.
O estereótipo do maconheiro
Depois do movimento da contracultura, que teve seu auge na década de 1960, pouco destas restrições foram levadas em consideração à favor da liberdade de expressão.
É após esse movimento libertário, que começam a surgir algumas produções retratando o estereótipo do maconheiro: chapado, preguiçoso, dando risada de tudo, sendo atrapalhado…
É só pensar no filme ”Cheech&Chong”, por muito tempo o cinema ajudou a fixar essa imagem estereotipada do maconheiro.
Mas, não para negar, que é um bom entretenimento. ”Jovens, Loucos e Rebeldes”, ”Segurando as pontas” (cujo nome original até deu origem à strain Pineapple Express), e muitos outros.
Uma nova visão
Agora, com a legalização se espalhando rapidamente pelo mundo, estamos observando uma maior normalização e aceitação da planta.
Mais do que nunca, o estigma e estereótipo que cercava a cannabis está desaparecendo. As pessoas estão aprendendo a verdade sobre a maconha, que não é apenas para ficar [email protected], mas é também uma poderosa planta curativa e ativo industrial.
Essas novas informações, apoiadas por pesquisas e estudos, levaram a sociedade a ver a cannabis sob uma luz totalmente nova e muitas pessoas estão começando a consumir para diversas finalidades.
Os filmes estão retratando a cannabis de forma mais liberal e criativa. As celebridades também estão endossando a cannabis, o que está ajudando a mudar massivamente a percepção do público.
”Grass is Greener”, ”Weed the people” e diversos documentários brasileiros mostram diversas perspectivas sobre a maconha.
Além disso, muitas séries também trazem novas percepções sobre a erva, como ”Disjointed”, ”Cooked with Cannabis” e ”Weeds”.
A cultura pop é uma ferramenta muito poderosa que tem uma profunda influência sobre os pensamentos e o comportamento das pessoas.
Quando a cannabis foi retratada negativamente nos filmes, a desinformação ajudou a criar uma imagem demonizada da erva. Mas, agora, a sociedade progrediu e os filmes pró-cannabis têm ajudado na desestigmatização dessa planta.
Fonte: Stage and Cinema