Em um estudo inédito, cientistas mostraram que os terpenos da maconha e canabinóides menores possuem efeitos anti-inflamatórios.

Os compostos da erva que fornecem os aromas, sabores e possivelmente diferentes tipos de sensações também podem reduzir a inflamação no corpo, sugere um novo estudo, publicado na edição na revista Food and Chemical Toxicology.
Os pesquisadores classificaram os terpenos e canabinóides por potência anti-inflamatória.
“A identificação de efeitos de modulação imune específicos do tipo de célula por diferentes canabinóides e terpenos individuais foi um primeiro passo importante na concepção de nossas novas terapias anti-inflamatórias”, comentou o presidente e diretor científico da Gb Sciences, Dr. Andrea Small-Howard, um dos envolvidos na pesquisa.
Descobertas
O α-Pineno, um terpeno conhecido pelo aroma fresco de pinheiro, mostrou a atividade anti-inflamatória mais forte. Em seguida, o linalol, o fitol, e depois o transnerolidol.
Segundo os pesquisadores, o limoneno, que dá à cannabis um aroma e sabor cítricos, não apresentou efeitos anti-inflamatórios. Mas isso não significa que o limoneno não tenha propriedades de modulação imunológica, apenas não demonstrou essa característica de forma expressiva.
Os pesquisadores também compararam canabinóides comuns no mesmo ensaio imunológico. O THC mostrou a atividade anti-inflamatória mais poderosa. THC foi seguido por canabidivarina (CBDV), canabigerol (CBG), canabicromeno (CBC) e canabinol (CBN).
Ironicamente, o CBD, que é o segundo canabinóide mais popular depois do THC, mostrou menos efeitos anti-inflamatórios em comparação com os outros canabinóides. No entanto, isso não significa que o CBD não tenha propriedades de modulação imunológica, apenas que teve a classificação mais baixa neste conjunto específico de experimentos.
Os terpenos e canabinóides foram testados contra células imunes em culturas. Ou seja, tudo isso foi feito em tubos de ensaio e placas, basicamente. Não foram realizados testes em humanos.
Mas, esses mesmos ensaios de laboratório são usados para criar esteroides, analgésicos e outros anti-inflamatórios. Além disso, são usados para determinar se um produto químico ou aditivo também desencadeia uma resposta imune.
De qualquer forma, o objetivo da pesquisa é a possibilidade de criar novos produtos farmacêuticos usando combinações específicas de terpenos e canabinóides.
É possível que alguns tipos de inflamação respondam melhor a certas misturas de terpeno-canabinóides.
Uma análise recente sugeriu que a legalização da cannabis poderia custar à Big Pharma até US$ 10 bilhões por ano em receita, já que os pacientes substituem os medicamentos prescritos pela cannabis, com menores efeitos adversos e maiores benefícios terapêuticos.
Portanto, faz sentido que a indústria farmacêutica queira lucrar com a sexta maior safra comercial da América.
Fonte: Merry Jane